Solano Brum
Um tempo atrás, entreguei-te o coração...
Lembra, amor? E lhe disse: Por onde fores
Seguir-te-ei! Sob o sol de qualquer Verão,
Ou todas as Primaveras de belas cores!
Pisarei contigo, folhas mortas pelo chão,
De iguais Outonos, salpicados de ardores!
Seguir sem dar ouvidos a qualquer opinião
Ou quem disser: No começo tudo são flores!
As belas coisas nessa vida que passamos,
Como retrós de linha, desenrolando vamos,
Como se, calados, fugíssemos da solidão!
Num certo ano - no Inverno – foste embora...
Desde então, me pergunto: Que faço agora
Amor, se levaste contigo meu coração!
= = = = =
Verão,
Primavera,
Outono
Inverno...
Republicação Pg 10 ou 9 de minha escrivaninha.
A pedido.
*************************************************************
BELÍSSIMA INTERAÇÃO AO TEXTO "CRENDICE" O QUE MUITO ME DEIXOU HONRADO - OBRIGADO POETISA.
" Num dia lindo de verão, as juras se fizeram
Sob forte exaltação.
Dois jovens corações, entregaram corpo e A'lma em litúrgica sensação.
O tempo se passou, num revoar de estações.
Num breve ...breve Tempo
Entrando outono, entrando inverno, os dois amantes se entreolharam novamente
A refazer as tais juras de Amor!
Ah! Tempo se esvaiu e nas mesmas sendas percorridas
As juras antes feitas
Um deles ...feneceu, qual flor imensamente bela.
Doces memórias vieram se encontrar até que,
Um dia, os laços voltem a se encontrar
Nesse doce e eterno despertar'!
= = =
MESTRE, FICOU TÃO LINDO O SEU COMENTÁRIO QUE OUSEI PUBLICÁ-LO NA PÁGINA. DEIXAS TODA SUA FORÇA DE EXPRESSÃO COMENTANDO, COMO SE PUBLICASSE EM SUA PÁGINA, UM TEXTO POÉTICO. OBRIGADO
Boa tarde, meu ínclito, dileto amigo e poeta/supimpa: Solano! Crendice. O título, por si só, já é reflexivo por termos a obrigação de crermos em algo. E o ato de crer, tem - em seu íntimo contexto - o sentido de confiar. Eu e todos nós só acreditamos em Deus porque Nele confiamos. Quando, no seu lindo poema, você
"Entrega o seu coração"
"Por onde fores Seguir-te-ei",
fica evidente o inexorável ato de confiança. Mas o amor (Ah danadinho amor!) adora nos pregar "'uma peça". E esta "peça" evidencia-se ao final do seu lindo poema quando a sua amada se vai:
"Num certo ano - no Inverno - foste embora".
(E você se pergunta:):
-"Que faço agora Amor, se levaste contigo meu coração".
Lindo... muito lindo, descritivo e reflexivo poema. Mas - e como bem diz o adágio popular: "A fila anda". Ela, sua amada, se foi mas deixou o seu coração, o oásis fecundo para que outro(s) amor(es) possam novamente fazer-lhe feliz. Gostei em demasia deste e de todos as demais obras literárias assinadas por você, o Mago da Literatura Recantista! Meus mais efusivos parabéns!