Solano Brum
Às vezes, bate a tal tristeza
E esmorece o pobre desavisado!
É força que lhe tira a defesa;
É corda no pescoço do condenado;
Tufão que antes fora brando vento;
Maremoto sobrepondo a calmaria;
Entardecer sem luz no firmamento;
Chuva fina, lua torta, noite fria...
N’outras, ela bate sem anunciar;
Irmã das dores que nos faz chorar,
Sem nos dizer o porquê ou a razão...
É ela! Deixa os inditosos abatidos;
Comumente, a um canto, encolhidos
Com o diagnóstico de depressão.
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INTERAÇÃO AOS POETAS EDMILSON CELSO, ao texto Poético (DE) PRESSÃO, de 1/11/2023, e
a Poetisa ANA ANISSIMA, ao seu texto Poético Depressão, publicada em 16/11/2023
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APRESENTANDO TODOS OS POETAS DESSE RECANTO QUE DEIXARAM EM MINHA PÁGINA, SUAS INTERAÇÕES - OFEREÇO O MELHOR DE MIM A QUEM ME ABORDA. Solano Brum
SER TRISTE...
Herculano Alencar
Ser triste é não saber quando voltar,
Ou não sorrir dum riso de criança.
É não flertar alguém da vizinhança,
Pra simplesmente nunca ter um par.
Ser triste é perder a esperança
E não saber jamais como voltar,
Ou de voltar sozinho, sem um par
Pra dividir os males de herança.
Ser triste é afinar o violão
E dormitar o dedo no bordão,
Enquanto a melodia vai embora...
Ser triste é manter viva na lembrança
Avelha dor, que clama por vingança,:
Sem o perdão que a nova dor implora.
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TRISTEZA GENERALIZADA
Jacó Filho
Testemunhando nossos descaminhos,
Choramos com os anjos e estrelas...
Porque ninguém vai descambar sozinho,
Levam muitos, as virtudes, perdê-las...
Tal tristeza expandia,
Atrapalha nossa vida,
Rasgando o pergaminho,
Obrigando-nos vivê-la,
Testemunhando nossos descaminhos,
Choramos com os anjos e estrelas...
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Silva Filho - Comentários
Quem diria
A depressão nas veias do poeta
pode ser simples vertente de inspiração
Basta conferir a criatividade do Solano
aditada com o show do Herculano.
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DEPRESSÃO
Angelica Gouveia
Da vida se perde o brilho
E tudo fica frio...
Passa longe o desejo de viver;
Resta apenas no vazio permanecer!
É perder o sentido da vida
Sem forças para lutar;
Sim, se chama Depressão...
Aos poucos tudo se torna escuro
O mundo já não é um lugar seguro
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"Depressão" retrata com sensibilidade o sentimento de tristeza profunda e desmotivação associado a esse transtorno.
O uso de metáforas e imagens poéticas transmite bem a dimensão subjetiva da experiência.
Os quartetos descrevem poeticamente como a depressão chega sorrateira ou de repente, comparando-a a uma força que tira as defesas, uma tempestade, um entardecer sem luz.
Os tercetos caracterizam a depressão de forma pessoal e afetiva, como "irmã das dores que nos faz chorar".
O verso final sintetiza bem o diagnóstico clínico por trás desse estado emocional.
O título resume adequadamente o tema central.
O soneto como um todo equilibra o lirismo e a objetividade na abordagem desse transtorno que afeta tantas pessoas.
Os versos bem medidos e as rimas no lugar certo conferem musicalidade à leitura.
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FUJA DA DEPRESSÃO
ValRangel
A depressão é doença traiçoeira
Chega sem nada avisar
Pode durar a vida inteira
Se você não se cuidar
É algo muito forte e grave
Se ela chegar você alarme
Peça ajuda de toda maneira
A quem pode lhe ajudar
A depressão é doença traiçoeira
Chega sem nada avisar.
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NOS TEMPOS DA VOVÓ
E depressão vai, depressão vem
Agora tudo na vida gera depressão
Sempre existiu, mas o nome era "mazela"
E assim muito se sofria, calado o coração
Mudou o nome mas eu me lembro agora.
As vezes dizia; vovó estou com agonia
Não sabíamos o que era, e agua com açúcar
Era o remédio e assim se chorava, se morria
Hoje, século 21 temos conhecimentos imensos
No computador, temos o Google, que até medico é
E que venha a depressão. Existe, mas não acredito não
E se existe quando aparece, não dou cartaz nem penso.
É uma questão de hermenêutica, precisamos muito é de fé
Para que a malvada não faça morada no nosso coração.
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"Faça desta triste depressão
Um jeito terno de amar
Entregue o seu coração
Pra outro alguém habitar.
Chute o balde, conte piadas
Faça a tristeza sorrir
Suba na vida não caia da escada
E receba um novo porvir."
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DEPRESSÃO
Fernando Antonio Belino
Lá fora, todo mundo, em grande festa
Intensamente curte o tempo dado,
Enquanto, no meu canto, vivo nesta
Rotina que me deixa entediado.
Sozinho, no meu quarto, o que me resta
É ficar recordando o meu passado.
O sol vem de manhã por uma fresta,
Mas de sair estou desanimado.
No isolamento, já não tenho amigo
Não sei direito o que se deu comigo
Nem de onde vem a funda depressão.
Também não sei o que será de mim...
Se essa agonia, um dia, terá fim
E até quando estarei nessa aflição.
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TROVA
UM PENSAMENTO DISTANTE
UMA GARRAFA DE VINHO, UMA TAÇA
AI SILÊNCIO GRITANTE
AI SAUDADE QUE NÃO PASSA
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MELANCOLIA
Doce Valal
A nebulosa impressão do sentir, não avançar, nem regredir
Ausente de alegria, só vislumbrando um breu profundo
Assim cansada de tantas lutas contra a maré
Com pena, só tristeza, vai desligando-se do mundo.
Presa, ancorada numa praia de tédio e desamor,
Amente hipnotizada, raciocínio lento, embotado
dormecendo numa folhagem de memórias gastas, antigas
Precisa de tempo, espaço para espairecer seu cansaço.
Na inquietude de um breve momento,respira, suspira,
Como planta em final de estação sem cor, letargia,
Porém, do outro lado da porta há recomeço, há vida
A esperança lhe alcança, sussurrando: "-É apenas melancolia!"
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TROVA
Na depressão mergulhei...
Quando mi'a Lina perdi...
Por um par de anos penei...
Mas recantista, eis-me aqui...
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DEPRESSIVO, EU?
JOTA GARCIA
A tal de depressão eu só conheço
Aquela que acontece no chão.
A terra vai baixando sem razão,
É preciso cuidar já no começo.
Se acaso depressivo eu pareço,
Não acreditem é só impressão.
Sou até alegre e brincalhão,
Assim amanheço e anoiteço.
Sei que de beleza não fui dotado,
Mas com bom humor fui recompensado,
Isto já basta para levar a vida.
Depois que conheci a poesia
tento, através dela, noite e dia,
Transparecer este outro meu lado.
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É MENTIRA "TERTA"
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INTERAÇÃO AO POETA JOTA GARCIA
EU, COMBATENTE
Solano Brum
A caneta, a tinta e o mata borrão.
Mal sabendo a estrada certa,
Chegou como inspiração
Assistida por minha “Terta!”
A porta, por estar aberta,
Recebeu essa intrusão...
Mas, minha destreza alerta
Fez dela, interação!
Seja nos quatro quartos do dia,
Enfrento-a, com ousadia
Repetindo esse refrão:
"- Eu combato qualquer dor
Com as doses d’outro amor
Pra não sofrer de depressão!"
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OBRIGADO POETA JOTA GARCIA
"É MENTIRA TERTA?"
Saudoso Chico Anísio
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UMA INTERAÇÃO SIMPLES AOS DIZERES DA
POETISA
Muito bom todos ós textos. Parabéns! Há pouco tempo assisti um café filosòfico sobre depressão e o psiquiatra disse que não tem cura. Ele deu o nome de melancolia.
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E AGORA?
Solano Brum
Levaram-me ao Médico de confiança,
Depois que escrevi sobre “Depressão!”
Não vi firmeza; tampouco confiança...
Tudo porque auscultou meu coração!
“- Diga Trinta e três!” A lembrança
Era a liberdade sem dar satisfação!
Felicidade adquirida quando criança
Sem nunca ter visto assombração!
“E agora?” Porque escrevi o tal Poema,
Cuja inspiração levou-me a esse tema
Que no Recanto, causou tanta euforia?
“- Ledo engano seu!” Disse-me o doutor!
“- Depressão, não enleva o escritor
Porque o diagnóstico é melancolia!”
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E EU FICO LISONGEADO COM SUA PRESENÇA, CARÍSSIMA POETISA.
Que tema profundo e complexo! Parabéns, Mestre Poeta, pela excelência e maravilhosas interações nessa tua brilhante página! Jamais pensei em escrever sobre o tema, mas fui chamada poeticamente para também falar:
DEPRESSÃO
Vilma Orzari Piva
O sol se esconde em dias tristes
E o sorriso é chama apagada...
Ao redor somente o cinza insiste
Em dar cor às nuvens carregadas.
A tristeza floresce em profusão
E lágrimas tecem névoas densas...
Os caminhos se abrem para solidão
E ainda se quer encontrar crenças.
No coração, um peso indizível,
E a melancolia aponta a depressão,
A alma se perde no intransponível.
Entre ecos, sombras e escuridão
O ser humano frágil e vulnerável
Vê -se desafiado a sair dessa condição.
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Uma inspiração de muito bom gosto, narrativa profunda e de muita sensibilidade.... Encantada.... Parabéns anjo lindo e um grande beijo de luz e paz no coração 💋❤️
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EMBORA UM TANTO ATRASADO, OBRIGADO POETISA
Deprê-São ?Eis aqui a tal questão
O ser vive assim, totalmente cabisbaixo
O que teria acontecido?
Tristeza ou desilusão?
Ah! O fato é....que em tais momentos
o melhor é ajoelhar e fazer uma oração!
Lindas interações!
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EMBORA TARDIO, MUITO OBRIGADO POETA.
De pressao alra ou baixa ja NÃO gosto ...
mas sem computador
a impressao
de cadeirante
sem as rodas para circular!!!
Pelo menos celular par ler e opinar!!!
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