DESDITA
Solano Brum
Uma sorriu, a outra me beijou e a terceira
Levou meu coração direto para o seu leito!
Trazia nas mãos, extensa rede pesqueira
E ria por haver pescado o seu eleito!
Minha cabeça recostada em seu peito,
Tinha ali a felicidade derradeira!
Necessidade não houve em dizer “aceito”
Ao Ministro que me uniu a essa feiticeira!
Mas quem muito quer, dizem, nada tem!
Ah! Antes fosse a primeira do sorriso,
Ou aquela que, carinhosamente me beijou!
Nessa desdita, melhor não ter ninguém
Pois, sempre vejo brasas onde piso
Junto a quem jurou amor e nunca amou!
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