(I) POESIA EM FUGA
Solano Brum
Conheço uma que fez sua bagagem
Longe dos olhos de muitos curiosos!
Do Outono, nos levou a sua aragem
Com frescores e encantos preciosos!
Passou por mim, muito apressada,
A mala cheia das mais belas rimas!
Do Inverno, a sua fria madrugada;
Do Verão, as tardes mais divinas!
No seu olhar, loucas preocupações
Em levar consigo, nossas Estações
As quais, nos trazem belos temas...
Os Cravos, Dálias, Rosas, açucenas,
Da excelsa Primavera, - quem diria!
Também, na fuga, a própria Poesia!
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Poesia como Interação a página da Poetisa Vilma Orzari Piva, em12/09/2022
(II) TEMPO DE CONVIVÊNCIA
Solano Brum
Se tudo passa... Até parece incoerente
O que se afirmou ao Padre ou ao Juiz...
O tempo... Sendo ditador e indiferente,
Faz e desfaz ou deixa tudo por um “triz!”
No começo, “tudo são flores” e uma feliz
Afirmação: Ser um do outro, tão somente;
Mas, tudo se torna falácia ao que se quis,
Se a ação do tempo é látego inclemente!
Às vezes, a liberdade que um casal tem,
Divide o amor... e o que era “um só bem”
Os leva ao desespero d’ uma separação!
Mas, os que temem a Deus de coração,
Não sentem os espinhos nem suas dores
E afirmam: “Realmente tudo são flores!”
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(III) INDIGNAÇÃO
Solano Brum
Feridas que sangram, nunca cicatrizam!
E para curar o cancro e essa eterna dor,
Onde miséria e falta d’água desatinam,
Não há quem se apresente como doutor!
Só o coitado do Nordestino passa fome;
Tem ventre estufado e nada a mastigar!
Ao se retirar, nada leva e não tem nome,
Farrapos sobre ossos e o abutre a olhar!
Ainda hoje a vergonha é grito que ecoa
Pois, Pedro Segundo, chegou a comentar
O sacrifício às lindas Pedras da coroa,
Para que o Nordeste não ficasse isolado!
Tudo permaneceu no ora veja e no falar,
E o Projeto, por ser caro, fora arquivado!
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Belíssisma Poesia meu caro Poeta. Obrigado por sua gentileza. As vezes, uma simples palavra nos traz uma inspiração e quando ela vem de um texto poético de algum Escritor desse Recanto, ai fica mais bela porque estreita mais os laços da amizade.
O PASSAR DA PRIMAVERA
E ela está indo lindamente como é o seu estilo
Veio toda airosa, colorida e cheia de perfume
Nos tirou do marasmo e entediante frio do iverno
Nos trouxe alegria disposiçao e teu próprio lume
Beijei sua mão de estação mais encantadora.
E cada dia me oferta olores a mostrar-me teus ipês
Já está nos meados de teus dias de visita, e abraços
Já sinto saudades, e para onde vais já sinto ciúmes.
Vá de mansinho, não sabes das inspirações dos poetas
Que eles rebuscam em ti, versos para os seus poemas
Que os momentos de ternura são maiores ao seu redor
Veja os enamorados, dizendo coisas como profetas
Fascinados fazendo de suas flores colares e diademas
Vá devagarinho, mas deixe um pouco de seu ardor.
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OBRIGADO POETA, POR ILUMINAR AINDA MAIS ESSA PÁGINA.
EMIGRANTE
E lá se vai o pobre emigrante,
Perdido nas veredas do destino:
Um jegue, um cachorro, um menino...
Uma mulher um pouco mais adiante.
Um lago de suor, o sol a pino...
Um pranto a consolar o pensamento;
Um soluço que foge com o vento,
Pra bem longe do solo nordestino.
E lá se vai, levando a esperança
De encontrar, por onde a vista alcança,
Onde possa encostar a sua fé.
E quando a vista, enfim, se emaranha,
Enxerga, à distância, uma montanha,
E roga que ela vá a Maomé.
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PARABÉNS MEU DILETÍSSIMO POETA.
POETA OLAVO
"Entre prosas e poesias
A gente cria uma canção
Entre tristezas e alegrias
A gente embala um coração.
"Entre erros e justeza
A gente vive quimeras
Mas temos a certeza
Como se escreve quisera.
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É TAMBÉM UM GRITO DE INDIGNAÇÃO. PARABÉNS MEU ILUSTRE POETA.
INDIGNAÇÃO
Jacó Filho
A miséria que foi restrita,
Por gestores preservada,
Que duma forma prevista,
É pra toda Nação, levada...
Lá no sertão foi mantida,
Como força a ser usada,
A miséria que foi restrita,
Por gestores preservada...
Fonte de votação dirigida
Das almas necessitadas,
Lá no sertão foi mantida,
Como força a ser usada
Destas pessoas sofridas ,
Em regiões devastadas,
Fonte de votação dirigida,
Das almas necessitadas,
Que duma forma prevista,
É pra toda Nação, levada...
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