AUSÊNCIAS
Solano Brum
Ontem desdenhou; hoje, pelos cantos, chora...
Da janela, vê nosso retrato rasgado ao meio...
Dizem que, do fim do dia ao clarão da aurora,
Tem o travesseiro, por toda a noite junto ao seio!
Também me sinto só... Nosso verso, eu o leio
Sem entender a solidão que me apavora!
É como que, um coração, partido ao meio,
Não sente dor; tampouco sabe por que chora!
A contar de hoje, são dez dias de ausência;
Junto aos mesmos, não beijo os lábios dela,
E a descrença de quem perdeu o encanto...
Toca-me a ponta da flecha da impaciência...
Ah, vãos comentários! Sou eu que, da janela,
Vejo minh’alma chorar de canto a canto!
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Grato Poeta, por sua presença e linda Interação.
TRISTE AUSÊNCIA
Jaco Filho
Voltava ao mar pra ver-te ao fim do dia;
Beijávamos sob o canto de passarinhos;
Arco-íris de sons iluminava nosso ninho;
Nossas almas transbordavam de alegria...
Partiste certa vez e as alegrias se foram,
Sob um Sol vermelho em rito de funeral.
Entre nós e o horizonte a tristeza mortal,
Grita tua ausência sem que me socorram...
O céu escurece e nuvens trazem o medo
Dá guarida à saudade, que já me devora,
Fazendo-me sofrer, tal criança que chora...
Não ver teu sorriso matou nosso segredo,
Só restou a poesia que minh’alma decora.
E todos os encantos, vão contigo embora...
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