INDECISÃO
Solano Brum
Ontem à noite, senti teu ósculo casual
No rosto, ao deixar-te perto do portão.
Muito rápido e tímido; quase informal,
Como quem o faz movido por gratidão!
Estar ao teu lado é uma ação normal
E benfazeja que me aquece o coração!
Sei que vives entre a cruz e um punhal,
Premida, contra a própria indecisão!
Por isso te peço: Não me beijes mais!
Não, até que tu resolvas os teus “ais”
E aprendas a gostar de quem te quer!
Beijas o rosto e tão perto está a boca,
E meu receio é que, numa atitude louca,
Eu prove o doce dos teus lábios de mulher!
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Esta Poesia está inserida no texto BEIJO, como Interação, de 22/04//2024