CHUVAS
Solano Brum
Cai uma chuva fina; tão fina feito garoa
E esse vento frio, não é do mês de agosto!
Chuva fina, ventania, solidão, desgosto,
São flechadas que ao coração, magoa!
Vento frio sem se importar o quanto doa
E essa chuva fina, a umedecer meu rosto!
Comigo, vivem, a tristeza de um sol-posto
E o pranto vespertino que a cigarra entoa!
Sou, a própria mudez de um triste lago;
- Rapsódia, de quem não tem inspiração;
Ósculo efêmero, na face, feito afago!
Sou, esse vento frio; essa chuva fina;
- saudade, carcereiro da minha solidão,
que traz desgosto e ao coração desatina!
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Não sei se a chuva
que cai,
- cai lá fora,
ou se dentro de mim!
S.Brum
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Aos Poetas Interativos.