CABO DE GUERRA
Por quem me tomas, solidão, neste meu peito?
Achas mesmo que ficarei chorando a reclamar?
Já arrumei a casa, troquei móveis e até o leito...
Tudo novo, solidão, para quem vem me visitar!
Após o temporal, solidão, o dia tende a estiar
e as pretensões são muitas! Claro que não aceito,
- por minha condição de só -, que tentes subjugar
- num cabo de guerra - meu novo coração refeito!
Ando a distribuir olhares para quem me quer,
para quem não tem preconceito sobre a idade,
nem recusa, ser em minha vida, nova mulher!
Adeus solidão! Nas cinzas, ainda há calor!
Mesmo que não nos dure uma eternidade,
Que ao menos seja eterno nosso terno amor!
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Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 09/06/2017