À MUSA DAS POESIAS
Me diz porque, metido a besta, fui gostar
logo de quem, nunca foi fiel e sem juízo!
Todos avisaram – mas, em quem acreditar,
se o amor que chega, corrói o pobre siso!
E a ninguém ouvia... Caísse até granizo
lá estava eu, em seus braços, a sonhar!
O mesmo lago que endoideceu Narciso,
num só mergulho, não pude mais voltar!
Em se plantando vento, o que se colhe?
“Saia da chuva, menino, não se molhe!”
Só meu pranto, não deu fim as agonias!
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Se ontem, sofrer por amor fora preciso,
hoje, olho bem o chão por onde piso,
E só me entrego à Musa das Poesias!
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O Lago pertencia a Eco
a qual amava Narciso
que a desprezava.
Por castigo,
sua figura, nele a mergulhou
e nunca mais à tona retornou !
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Se por falar demais eu peco,
(falar é preciso!)
mais enfeito o que digo
e ninguém me trava!
S. Brum
Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 04/05/2017