AS TUAS MÃOS...
AS TUAS MÃOS...
Hoje,
se me fosse dado
a felicidade
da presença
de tuas mãos...
Elas,
Que outrora,
com força imperceptível
e um absoluto equilíbrio
davam-me o poder
de criar,
de realizar...
Elas
que tinham à magnitude
das mãos de uma Rainha;
o vigor das mãos de um Atleta;
a pureza das mãos de Madalena;
a sensibilidade das mãos de um Psicógrafo;
a maciez da pétala da açucena...
- aquela,
que firme ao bisturi,
salva a vida, numa precisa incisão -,
que postas, com fervor,
fazem promessas;
que perdoam;
que defendem;
que se prestam
à defesa de alguém
massacrado pelo repugnante preconceito!
As que consolam
ou as que ofertam a água
ao viandante a sua porta ...
Ah, as tuas mãos!
Se me fosse dado,
agora,
a felicidade
de outra vez – como outrora-,
tê-las em minha vida,
eu resistiria um pouco as as batalhas
e não teria,
- por certo -,
como adversário,
o destino
que muitas vezes,
e inexplicavelmente
jogara-me contra o desconhecido,
- qual senhor, que põe à prova
a capacidade psíquica
de um pobre indivíduo!
Ah, as tuas mãos!
Hoje,
enfrentando os imprevistos
desta vida,
vejo-as,
sinto-as,
vou em frente
mas,
não tenho
as tuas mãos!
= =
Solano Brum
Em homenagem à minha querida Avó MARIA BRUM
Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 21/04/2016