TEMA N. 8 - "OS AMORES DE JÚPITER"
TEMA N. 8
OS AMORES DE JÚPITER
Solano Brum
Toda mulher possui a desconfiança,
E consigo, tem por natureza, a intuição.
Assim, tomou Juno dessa afiada lança,
Para punir a Júpiter e lhe ferir o coração!
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Com astúcia, ele, transformou sua amante
Em novilha. Tal ato injurioso, sua amada
Percebeu. A sagaz Deusa a pediu de presente,
Deixando-a, após, num campo, aprisionada,
E deu a Argos de cem olhos bem abertos,
A incumbência de vigiá-la, noite e dia,
Para que Júpiter, - que a tudo transgredia -,
Não voltasse a tê-la em traços certos!
Ela, a quem Júpiter cortejava a luz do dia,
Io, filha do Rio-Deus, Ínaco, transformada
Em novilha, de chifres, e, que até mugia,
Fora salva por Hermes e logo desamarrada.
Para tanto, Argos teve a cabeça decepada...
A Deusa, ordena que o encanto seja desfeito:
Tenha “Io” sua forma sem nenhum defeito
E que por Júpiter, não mais seja cortejada!
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Júpiter nunca fora bom esposo. Assediava todas as mulheres terrenas, e desta vez, Juno, sua mulher, percebeu que o dia havia escurecido. Desconfiada, suspeitou que seu marido houvesse erguido uma nuvem escura para que ela não o visse com uma das jovens ninfas, filha do Rio-Deus Ínaco, chamada “Io”. Mas, ela removeu a nuvem e viu o marido às margens do rio cristalino, tendo ao seu lado uma novilha. Dar-lhe-ia o porte natural, assim que Juno voltasse-lhe as costas. - Pensou ele. Porém, Juno foi mais astuta. Ao elogiar a beleza da novilha, pediu-a para si, como presente, pois, não ficou esclarecido a que rebanho pertencia. E para que ela não ficasse a perambular, longe do rebanho, levou-a e a entregou aos cuidados de Argos, o qual possuía cem olhos. Desse modo, sempre havia dois olhos abertos, enquanto os outros dormiam. A pobre novilha ficou presa por um longo tempo, até que Júpiter teve remorsos e pediu a Hermes que a tirasse do monstro. E Hermes, calçou os chinelos alados, cobriu a cabeça com o capacete, apanhou a vara (flauta) que, aos seus sons e notas musicais lhe dava o poder de fazer dormira quem a ouvisse; saltou das torres celestiais e desceu a terra. Ao encontrar-se com Argos, fez várias tentativas para que ele dormisse. Tocou sua flauta, mas seu interesse era “como e quem lhe dera tal instrumento?” Começou a contar a história de Pã, que, “- ao encontrar Sírinx, passou a elogiá-la, mas, que, ao tentar tomar-lhe o corpo, ela se escondeu entre os juncos do rio; Que, ao segurar os seus cabelos, notou que puxava um feixe de juncos os quais sibilavam ao passar do vento. Assim, desistiu da Ninfa e juntou-os lado a lado, em comprimentos diversos e denominou “Sírinx” ao instrumento sonoro, em honra à Ninfa.” No instante em que narrava a história, notou que o monstro caíra em sono profundo. Era a oportunidade que tinha para decepar-lhe a cabeça, a mando de Júpiter. E assim fazendo, viu-a rolar ribanceira abaixo. Cumprida a missão, desamarrou a novilha e voltou ao Olimpo. Mas, Juno, ao saber de sua liberdade, impôs-lhe várias missões, e a pobrezinha sofreu muito, sem saber o porquê, até que Júpiter, vendo que ela havia a tudo resistindo, intercedeu por ela. Juno aceitou, mas, com a condição de que ele nunca mais lhe fizesse a corte. Desde este dia, suas formas originais da Ninfa foram restauradas. Fora encontrada, após, por seus pais que a procuravam intensamente. - Comentários de Solano brum.
Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 09/04/2016